SABIA QUE...?

Junho 12 2005
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Os ácaros são talvez os alergénios mais falados e conhecidos. Contudo, existem inúmeros alergénios domésticos capazes de provocar males maiores e menores. Um deles pode tornar-se um verdadeiro desgosto...



O pó existente no interior das habitações é um «ninho» de alergénios domésticos, pois é uma mistura heterogénea de derivados animais, vegetais, bacterianos, entre muitos outros. Assumem um certo protagonismo na feitura do «ninho» os ácaros, os pêlos de animais domésticos e os fungos.



Assim, para desgosto de miúdos e graúdos, pode não ser aconselhável adoptar um animal doméstico. Pois é, gatos, cães, coelhos, hámsteres, aves ornamentais, são amigos que podem ter especial destaque numa doença alérgica, pois disseminam por toda a casa pêlos, detritos de pele, urina e saliva.



«A seguir aos ácaros e aos pólenes, os pêlos de animais são a terceira causa de rinite, asma e eczema atópico», avança o Prof. Manuel Branco Ferreira, imunoalergologista no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa.



«O gato e o cão fundamentalmente, pois são os que estão dentro de casa. Os pássaros também podem dar quadros respiratórios anormais. Depois, existem casos pontuais de criadores de cães que têm alergia ao pêlo de cão, equitadores e jóqueis alérgicos ao pêlo do cavalo, ou veterinários com alergia ao pêlo da vaca», acrescenta o especialista.



Desta forma, se um indivíduo tiver uma rinite, por exemplo, a causa pode ser alergia aos ácaros, aos pólenes ou aos animais. As manifestações da rinite serão as mesmas, mas aquilo que as provoca é que não.



Para a infelicidade de muitos, o tratamento passa essencialmente por abdicar do companheiro de quatro patas...



Todavia, «as pessoas cuja subsistência depende dos animais têm de fazer vacinas, que possuem a própria substância à qual a pessoa é alérgica, para reeducar o organismo. Se houver inflamação, esta é tratada com medicamentos diferentes, consoante seja eczema, asma ou rinite», refere Manuel Branco Ferreira.



*


Animais previnem alergias



No entanto, existe uma teoria fundamentada que mostra uma «luz ao fundo do túnel». Se alguém que já é alérgico aos animais tem de os tirar de casa, o que devem fazer aqueles que ainda não são alérgicos aos animais? A esperança é precisamente a resposta a esta questão.



Por norma, os pais que esperam o primeiro filho e que têm animais, não raras vezes, antes do nascimento, ficam indecisos se devem ou não manter o animal em casa.



«Até há pouco tempo, o consenso das recomendações era que ter animais em casa propiciava o desenvolvimento de alergias. A lógica seria a mesma em relação aos bonecos de peluche, afinal, o animal é um peluche ambulante, que espalha pó e pêlos», diz o imunoalergologista.



«Mas, de acordo com estudos interessantes, talvez seja benéfico para os indivíduos que ainda não são alérgicos ter animais», acrescenta o especialista, especificando:



«Os primeiros estudos começaram em zonas rurais da Baviera (Alemanha) e vieram demonstrar que as pessoas que habitavam próximo de estábulos de animais de grande porte (vacas e cavalos) e que estavam em contacto com estes animais apresentavam diferenças estatisticamente significativas relativamente a pessoas que também viviam no campo, mas que não tinham estábulos por perto. Ou seja, as populações que viviam próximas dos estábulos estavam mais protegidas de doença alérgica em geral do que as pessoas que raramente contactavam com animais.»



Nas casas e até nos colchões das crianças que viviam perto dos estábulos demonstrou-se um nível mais elevado de sujidade e de contaminação bacteriana, o qual pode ajudar a prevenir o aparecimento de doenças alérgicas.



Neste seguimento, de acordo com Manuel Branco Ferreira, «alguns trabalhos consubstanciam que, em termos de prevenção primária da alergia respiratória, talvez possa ser útil ter um contacto precoce (início da infância) com alguns animais e com a sujidade e com as bactérias que esses animais transportam».



Convém, no entanto, salientar que a alergia ao pêlo dos animais não tem nada a ver com as bactérias que eles transportam.



«O que está em causa é o facto de uma criança mais exposta a estímulos bacterianos múltiplos ter menos tendência a desenvolver alergias, ou, dito de outra maneira, as bactérias transportadas pelos animais de companhia são benéficas ou até eventualmente preventivas da alergia aos animais, aos ácaros ou do processo alérgico em geral», esclarece o médico, salientando:



«Talvez não seja exactamente verdadeira aquela tendência de filhos de pais alérgicos não serem aconselhados a ter animais em casa. Se se tiver bichos desde o nascimento, esse facto talvez possa ser uma protecção. Mas se já se for alérgico, então não é aconselhável adquirir animais.»





(A responsabilidade editorial e científica desta informação é da Medicina e Saúde)


publicado por Lumife às 22:12

Divertido o título de "Animais de companhia..." :-)Carlos Tavares
(http://o-microbio.blogspot.com)
(mailto:carlos.roquegest@mail.telepac.pt)
Anónimo a 13 de Junho de 2005 às 12:29

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