
Ainda iremos a tempo de salvar o planeta ?
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O processo de colocação de professores não compromete apenas os actores
principais desta novela interminável e de desfecho ainda incerto. É uma vergonha
nacional pelo que revela de leviandade e negligência, de amadorismo e irrespon-
sabilidade ao mais alto nível do Estado. E é uma lição política valiosa, infelizmente
negativa, porque evidencia e põe a nu o enorme desprezo que os responsáveis des-
se mesmo Estado - Governo e altos dirigentes da Administração Pública - demonstram
pela vida de centenas de milhar de cidadãos, entre professores, alunos e respectivas
famílias. Se assim não fosse, certamente que a decisão extrema de colocar os profes-
sores com dispensa do famoso e inútil programa informático, anunciada ontem em
desespero de causa, já teria sido tomada há mais tempo.
O Governo reconheceu a absoluta necessidade de um esclarecimento cabal e minu-
cioso do caso. Veremos, na altura própria, se foi até onde lhe competia. Mas para que
esse esclarecimento seja total, como se exige, tem de começar no próprio concurso
através do qual o Ministério da Educação entregou a uma empresa privada a tarefa de
distribuir os professores pelas escolas.
A opção de delegar esse trabalho é, em si mesma, duvidosa. Há funções que o Estado
tem de manter sob o seu rigoroso e exclusivo controlo. Desde logo porque essa é a
única forma de poder responsabilizar-se e ser responsabilizado. Depois, não é boa
política pôr nas mãos de entidades avulsas, sobre as quais não existem mecanismos
de fiscalização suficientes, informação e dados pessoais de milhares e milhares de
cidadãos que não se sabe se ficam a bom recato. Além disso, o facto de a empresa
vencedora do concurso ter, ou ter tido até há pouco, nos seus órgãos sociais figuras
gradas do partido que lidera o Governo mais exige que nenhuma dúvida subsista
sobre a transparência do processo de atribuição da encomenda.
Os problemas com o programa informático tornaram-se evidentes em Maio. É preciso
saber com pormenor o que fez e o que devia ter feito cada um dos responsáveis -
ministro, secretários de Estado e altos funcionários dos departamentos envolvidos -
para corrigir o que estava mal com o programa e/ou a empresa que o administra,
ou com os serviços do Ministério que tinham o encargo de assegurar a colocação dos
professores em tempo útil. Só assim será possível avaliar e perceber onde falhou
a cadeia de responsabilidade e perceber se houve ou não houve incompetência,
negligência ou sabotagem - e de quem.
A ministra Maria do Carmo Seabra e a sua equipa chegaram há apenas dois meses,
é certo. Não podem ser responsabilizados pelo que aconteceu antes. Mas nestes dois
meses de trabalho não havia no Ministério da Educação tarefa mais urgente nem mais
delicada - como se percebeu desde Maio - do que colocar os professores e começar
o ano lectivo a tempo e horas. Supõe-se que essa terá sido a prioridade definida. Só
que, perante o desastre anunciado em devido tempo e agora absolutamente confir-
mado, não basta a ministra fazer saber que passa dias e noites no Ministério, incluindo
fins-de-semana, e o chefe do Governo repetir esse choradinho em cada entrevista de
Nova Iorque. A questão está em saber se Maria do Carmo Seabra e os seus secre-
tários de Estado fizeram tudo o que estava ao seu alcance e tomaram as decisões
correctas para evitar que chegássemos ao lastimável ponto a que chegámos. Ora, se
o processo de colocação «manual» dos professores se cumprir nos dez dias prome-
tidos, o País interrogar-se-á com razão: mas, então, por que não foi tomada essa
decisão há mais tempo? E, aí, Maria do Carmo Seabra já não pode limitar-se a
responder que não tem tido descanso, sequer aos fins-de-semana.
22 Setembro 2004
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(Texto de Fernando Madrinha, in Expresso, que transcrevemos com a devida vénia)
"Este Governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque
é uma nódoa"
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Nasceu a 10 de Novembro de 1913
A sua bandeira o marxismo-leninismo. Carismática figura que se confunde com
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a história do Partido Comunista Português
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Alvaro Cunhal o Escritor, o Pintor, o Político.
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De calças remendadas e botas rotas, é a eterna vítima dos partidos regenerador
e progressista, dando a vitória a uns ou outros em época eleitoral. Usando como
expressão corporal o manguito e a mão coçando aflita a grenha farta, foi sem
dúvida um trunfo na denúncia duma economia capitalista frouxa nas páginas
d'A Lanterna Mágica, berço da genial criação do símbolo do povo português.
O sucesso obtido foi tal que Bordalo acabou por recriar no barro, em tinteiros,
cinzeiros e apitos, a figura-símbolo do povo português ao lado da inseparável
Maria da Paciência, velha alfacinha alcoviteira.
«Crescido, Zé Povinho correspondeu perfeitamente às esperanças que n'elle
depositaram os solicitos poderes do reino. Como desenvolvimento de cabeça elle
está mais ou menos como se o tivessem desmamado hontem. De musculos, porém,
de epiderme e de coiro, endureceu e calejou como se quer, e , cumprindo com brio a
missão que lhe cabe, elle paga e súa satisfactoriamente. De resto, dorme, resa e dá
os vivas que são precisos. Um dia virá talvez em que elle mude de figura e mude
tambem de nome para, em vez de se chamar Zé Povinho, se chamar simplesmente
Povo. Mas muitos impostos novos, novos emprestimos, novos tratados e novos
discursos correrão na ampulheta constitucional do tempo antes que chegue esse dia
tempestuoso.
Por tudo pois, ao resumirmos n'estes leves traços, a interessante historia de Zé
Povinho, o nosso parabem cordeal a seus sabios e carinhosos paes ós Publicos
Poderes.»
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(João Ribaixo- Ramalho Ortigão)
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Zé Povinho
Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha
Museu Rafael Bordalo Pinheiro
Fotografia de Ricardo Grilo in Casa Decoração
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Desenhador, ceramista
Nascido em 1846 e falecido em Lisboa em 1905
Em 1875 cria a figura do Zé Povinho
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Saiba mais sobre a Aids
Qual a diferença entre Infecção por HIV e AIDS ?
Nos estágios iniciais da doença, muitas pessoas nem mesmo sabem que estão
infectadas pelo HIV. De fato, mais da metade não desenvolve sintomas durante
a infecção aguda; esses, ocorrem em geral 2 a 3 semanas após o contágio e se
assemelham aos sintomas de gripe, tais como febre, dores articulares e musculares,
dor de garganta e queda do estado geral, porém podem ser mais graves, requerendo
hospitalização.
.Duas a seis semanas após o contágio é desencadeada resposta imunológica contra o
vírus, a qual será capaz de controlar a proliferação inicial do vírus, mas é incapaz de
eliminá-lo por completo do organismo. Desta forma se desenvolve infecção latente,
com destruição progressiva das células de defesa (principalmente dos linfócitos
T CD4) do organismo. Esse período é, na maior parte das vezes, assintomático.
Com a progressão da infecção, a pessoa fica mais susceptível às doenças rela-
cionadas à queda de imunidade.
AIDS e doenças relacionadas à AIDS
Quando o número de linfócitos CD4 se situa abaixo de 200 células por milímetro
cúbico de sangue, considera-se que o indivíduo tem AIDS, de acordo com a definição
americana. Nesses pacientes, podem-se manifestar várias doenças, incluindo tipos
específicos de infecção denominadas "oportunistas" e outras doenças relacionadas
à AIDS. Muitas pessoas descobrem que estão infectadas pelo HIV quando consultam
um médico por causa de uma doença que na verdade é uma patologia relacionada
à AIDS.
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Os estudos mostram que o tempo médio desde a infecção pelo HIV até o desenvol-
vimento de doenças relacionadas à AIDS é de aproximadamente 10 anos. Mostram
também amplas diferenças: cerca de 10% das pessoas infectadas pelo HIV pro-
gridem para a AIDS dois a três anos após a infecção, enquanto 5% a 10% dos
indivíduos apresentam números estáveis de células CD4 e nenhum sintoma mesmo
após 12 anos ou mais.
AIDS: Como se transmite?
O HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana - é o vírus que causa a AIDS. A principal
via de transmissão do HIV é representada pelos fluídos orgânicos. A concentração do
vírus varia em cada tipo de fluído. Aqueles particularmente infectantes são o sangue,
o sêmen e as secreções cervico-vaginais. O HIV foi detectado na saliva de indivíduos
infectados, embora não exista evidência de que o vírus se dissemine pelo contacto
com a saliva. Não há evidências científicas de que o HIV se propague pelo suor,
lágrimas, urina ou fezes ou por meio do contacto casual, tal como o compartilha-
mento de louças e talheres, toalhas e lençóis, piscinas, telefones ou assentos
sanitários. Tampouco há evidência de transmissão por meio de insectos, tais como
mosquitos ou percevejos.
Prevenir é importante
Existem certos comportamentos de alto risco que devem ser evitados, tais como:
- o compartilhamento de agulhas ou seringas utilizadas para administração de
drogas ilícitas
- a prática de sexo sem protecção com uma pessoa infectada ou com alguém
pertencente a um grupo de risco, que nunca tenha feito o teste para detecção do HIV.
Avanços no tratamento
Embora ainda não haja cura para a infecção pelo HIV e para a AIDS, uma das mais
promissoras alternativas para ajudar as pessoas infectadas pelo HIV a conviver com a
doença é representada pelos medicamentos novos e mais potentes. O surgimento de
novos agentes anti-retrovirais tem permitido avanços sem precedentes no combate
ao HIV. A ênfase do tratamento desviou-se da monoterapia para o uso de associações
potentes de agentes anti-retrovirais. O objectivo da terapia anti-retroviral altamente
activa ("HAART") é reduzir a carga viral para níveis abaixo dos limites de detecção
pelos testes mais sensíveis disponíveis, e manter esse efeito pelo maior tempo
possível, no maior número de pessoas. A supressão da replicação viral permite a
restauração do sistema imunológico, retarda a progressão da doença e melhora a
saúde e o bem-estar das pessoas que convivem com o HIV ou a AIDS.
Os dois grandes grupos de medicamentos disponíveis para tratar a infecção causada
pelo HIV são os inibidores da transcriptase reversa e os inibidores da protease,
enzimas que actuam em diferentes etapas do ciclo de vida do vírus.
Inibidores da transcriptase reversa
Estes medicamentos (AZT, ddI, d4T, 3TC, ddC, Abacavir) actuam inibindo a
transcriptase reversa, enzima responsável pela conversão do RNA do HIV em DNA.
Sem isso, o vírus não consegue se replicar. Os inibidores da transcriptase reversa
foram os primeiros medicamentos a serem desenvolvidos contra o HIV e foram
seguidos pelo desenvolvimento de uma outra classe, os inibidores da transcriptase
reversa não-nucleosídeos (ITRNNs: Efavirenz, Nevirapina e Delavirdina). Embora
actuem de formas diferentes, todos dificultam a atividade da transcriptase reversa;
entretanto, o vírus é capaz de sofrer mutação para alterar o "formato" de sua enzima
transcriptase reversa, reduzindo a eficácia dessas medicações.
Inibidores da Protease
Como resultado do trabalho pioneiro dos Laboratórios de Pesquisa Merck Sharp &
Dohme, a enzima protease do HIV surgiu como um segundo alvo para a actividade
anti-retroviral. Os pesquisadores demonstraram que os inibidores da protease,
quando associados com os inibidores da transcriptase reversa, podem reduzir
a replicação do HIV a níveis não-detectáveis em um número substancial de pacientes.
Os inibidores da protease (Indinavir, Ritonavir, Saquinavir, Nelfinavir, Amprenavir,
Lopinavir/ritonavir), as mais potentes armas farmacêuticas conhecidas até o
momento para combater a infecção pelo HIV e a AIDS, comprovaram ser um
importante avanço no tratamento. Essa classe terapêutica é capaz de inibir a acção
da enzima protease viral específica, essencial para a formação da partícula infecciosa
do HIV. Estudos clínicos têm mostrado que os esquemas terapêuticos combinados,
que incluem um inibidor da protease, são eficazes para reduzir a carga viral do HIV,
aumentar o número de linfócitos CD4+ e reduzir a mortalidade por AIDS.
O objetivo principal do tratamento anti-retroviral é inibir a replicação viral e evitar
que o vírus sofra mutações e desenvolva resistência ao tratamento. Muitos especia-
listas acreditam que a melhor maneira de alcançar esse objetivo é por meio da
utilização de combinações de agentes antivirais potentes.
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(ver mais em http://www.msd-brazil.com)
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1 ano e nove meses dá direito a pensão de 18.OOO (DEZOITO MIL EUROS)
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