SABIA QUE...?

Maio 26 2005
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Tanta é a falta de conhecimentos sobre assuntos relacionados com a Constituição Europeia que vai chegar o dia dos votos sem que se saiba exactamente o que estamos a decidir.


Assim, penso prestar um contributo para esse esclarecimento passando a indicar o site europeu, em língua portuguesa, onde poderão encontrar matéria relacionada com a Europa.


Basta clicar em CONSTITUIÇÃO EUROPEIA

Poderão ainda aceder a outro material de interesse clicando em OUTRAS INFORMAÇÕES



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Resumo da Constituição

Este documento não é oficial ainda que preparado pela Comissão de modo a fornecer uma informação. Não é um documento juridicamente vinculativo nem reflecte necessariamente os pontos de vista das instituições europeias

Para ver este documento clique em RESUMO



publicado por Lumife às 17:21

Maio 25 2005
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Os avanços no poder de computação nos últimos anos são a chave para novas façanhas do cinema de animação. Programas para comprimir arquivos também estão diminuindo o tempo necessário para renderizar ou completar cada cena. Tudo isso tem ajudado a desencadear uma era de ouro da animação, inspirando produtores e animadores a buscar efeitos nunca vistos para deliciar a audiência e ganhar prêmios. Os Incríveis, da Pixar, ganhou o Oscar de melhor animação este ano, mas foi apenas em 2001 que Shrek, da DreamWorks, recebeu o primeiro Oscar da categoria.




Depois do estrondoso sucesso de Shrek 2, a nova animação da DreamWorks, Madagascar, pode ser descrita como um desafio cabeludo apresentado na tela. Com um elenco de animais de zoológico e centenas de macacos na ilha que dá nome ao filme, os animadores tiveram que expandir os limites da tecnologia para realizar um efeito vistoso e convincente. Cada pelo em cada animal representa uma linha de código de computação, num número incontável de algoritmos que tiveram que ser comprimidos e renderizados dia e noite para criar imagens para apenas uma cena.



Alex, o leão, por exemplo, a estrela da animação que é dublada pelo ator Ben Stiller, tinha 1,7 milhão de pelos na cabeça e cada um representava uma série de uns e zeros. Há alguns anos, colocar apenas cinco bestas peludas em uma cena teria sido quase impossível - o ícone da ampulheta ficaria girando meses na tela do computador - mas Madagascar apresenta quase mil bichos em uma cena básica de dança.



Os filmes de animação gerada por computador estão causando furor com seus efeitos espetaculares e roteiros bem-feitos. Mas a indústria - e a tecnologia por trás dela - ainda estão em sua infância. Isso inflama uma atitude competitiva no negócio, com previsão de avanços revolucionários que poderão um dia criar até mesmo tons de pele e expressões faciais tão perfeitos que serão capazes de mimetizar perfeitamente os atores humanos.



"Se você pode sonhar com isso, você pode fazê-lo - é o que a tecnologia tem feito", disse Jeffrey Katzenberg, co-fundador da DreamWorks, durante um painel de discussão para promover Madagascar, citado pelo News.com. Produtor-executivo dos hits Shrek 2 e O espanta tubarão, disse que desde a produção de Alladin, em 1992, a tecnologia revolucionou a animação, afetando do mais mundano aos mais complexos detalhes. Por exemplo, naquela época, a paleta de cores se expandiu de quatro para 250 tons. Agora, o cenário de Madagascar, disse ele, contém 150 mil objetos diferentes se movendo ao mesmo tempo.



A DreamWorks amarra o poder computacional com chips Opteron da AMD e equipamento da HP, que licenciou estações de trabalho, servidores, notebooks e laptops para renderizar as imagens. De acordo com o site News.com, o grupo de animação, baseado em Mountain View, na Califórnia, também desenvolveu seus próprios algoritmos para iluminação, animação de superfícies e de personagens.



Embora o realismo prevaleça em outras animações, a DreamWorks se esforçou para buscar em Madagascar um efeito mais estilizado que ecoa um velho truque da animação feita à mão chamado "amassar e esticar" (squash and stretch). Para ilustrar a técnica, em um desenho uma bola vermelha aparece perfeitamente redonda e assim que é jogada para o alto, no próximo desenho, aparece ovalada, esticada. Finalmente, é achatada quando bate no chão, na cena final. Hoje, os computadores calculam os algoritmos matemáticos necessários para conectar os pontos.



Os personagens em Madagascar foram modelados conforme as figuras de cartoons dos anos 1950 e 1960, como os clássicos de Hanna-Barbera. Diferente de Shrek, que era anatomicamente correto, os astros de Madagascar eram literalmente modelos de tubos no computador, de tal modo que poderiam ser contorcidos de maneira imperceptível, mas ainda fiéis às suas características.



Nos últimos dez anos, os computadores dominam o campo da animação, que por muito tempo foi uma arte manual. Os softwares evoluíram ao ponto de poderem renderizar seqüências e movimentos entre cada frame (ou quadro). Hoje, os animadores não precisam desenhar os frames: tudo é feito com um clique de mouse. Entretanto, a DreamWorks e outros começaram com desenhos manuais e, em alguns casos, modelagem em argila. Para Madagascar, a equipe desenvolveu cinco diferentes tipos de lêmures (uma espécie de macaco) com 12 variações de pelo, ou 60 combinações de características. É essa mistura de tecnologia e criatividade que tem empurrado para a frente o "velho" cinema de animação.



(Respeitei a ortografia do texto do Boletim Terra)

publicado por Lumife às 17:33

Maio 24 2005
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Que Efeito No Futuro das Crianças

O mundo das crianças pode ser bastante complexo. Não basta zelar pelo seu bem-estar físico, outros factores podem ser decisivos no crescimento de uma criança. É imperativo que os pais estejam atentos ao que se passa no interior dos seus filhos.



«De uma maneira geral, desde há algum tempo, as pessoas procuram alguma ajuda, sobretudo no que diz respeito às crianças. Acho que tem havido mais essa procura, porque os pais também estão mais disponíveis para tentar perceber o que é que podem fazer para melhorar a vida dos mais novos, para ajudar os seus filhos», explica o Dr. Pedro Strecht, pedopsiquiatra, que trabalha há já muitos anos com o mundo das problemáticas familiares e as consequências futuras nos mais novos.



Sobretudo hoje, os casais têm menos filhos e, por isso, estão mais disponíveis para valorizar o que se passa no mundo interior dos mais novos, «para perceber que grande parte daquilo que é a construção da vida psíquica futura de uma pessoa começa na infância, através da relação emocional da criança com quem a rodeia, nomeadamente, pai e mãe no início», esclarece o especialista.

Quais As Que Mais Afectam As Crianças?

As problemáticas variam muito e acabam por afectar as crianças. Se, há muitos anos, a alcoolemia era a principal culpada pela desestruturação de muitas famílias e crianças instáveis, actualmente, surgem outros calcanhares de Aquiles no seio familiar.



«Eu diria que, hoje em dia, o problema da toxicodependência é algo que mina muito a família (sobretudo determinado tipo de camadas sociais da nossa população). Também outras situações, como os conflitos e separações traumáticas entre pais», explica o pedopsiquiatra.



Os conflitos entre os pais, quando expostos às crianças, podem afectar o seu equilíbrio emocional.



Muitos adultos pensam que os mais novos não compreendem o mundo dos mais velhos, que não entendem as palavras, os gritos e gestos. Porém, é completamente errado.



Conforme explica Pedro Strecht, «às vezes, há a ideia de que os bebés ou as crianças, quando são muito pequeninas – por não falarem, por não expressarem através da linguagem aquilo que sentem –, não se apercebem das coisas.



É importante chamar a atenção dos pais de que as crianças apercebem-se sempre de tudo aquilo que se passa à sua volta, mesmo em idades muito precoces, como a primeira infância».



O especialista continua o seu raciocínio dando exemplos de algumas situações:



«Até quando as coisas funcionam bem nós sabemos que um bebé sente a falta da sua mãe. Quando acaba a licença de parto e a mãe começa a deixar o bebé numa ama ou num jardim-de-infância e o vai buscar ao final do dia, o bebé faz de início um certo evitamento do olhar, como que a demonstrar que está um bocadinho zangado, que sentiu a ausência. Isso é um sinal claro de que ele percebeu que houve uma mudança naquela relação afectiva.»



As crianças apercebem-se do que se passa e exprimem-se de diversas formas que, por vezes, não são detectadas pelos pais.

Alicerces Emocionais De Uma Criança

Muitas vezes olhamos para uma pessoa e catalogamo-la como emocionalmente instável. Pessoas problemáticas, com dificuldades de socialização e em conseguirem organizar a sua vida, são consideradas adultos desviantes. Contudo, se investigarmos bem a fundo os casos, percebemos que os problemas começaram na infância.



Pedro Strecht refere que «a forma como as crianças se vão moldando, se vão formando – no fundo, como se vão vendo a elas próprias e vendo aquilo que as rodeia –, depende muito da qualidade da relação emocional dos primeiros anos de vida».



Nesta altura têm um papel decisivo os progenitores, como explica o pedopsiquiatra:



«Os principais modelos que a criança interioriza são os de quem está mais próximo delas no seu dia-a-dia, ou seja, o modelo feminino de mãe e o modelo masculino de pai, ou quem representa estes papéis. É partindo da interiorização destes modelos de relação familiar que a criança vai, depois, repetir outras formas de relação com os outros.»



Uma criança segura, com padrões afectivos estáveis, consegue ter, habitualmente, relações de maior investimento, com mais qualidade com os outros. Já uma criança que viva no seio de uma família desestruturada, com situações de padrões extremos muito repetidos, pode vir a dar um adulto problemático.



«Não é obrigatório, mas, de facto, o risco aumenta. Porque o crescimento de cada um de nós, como pessoa, é como uma construção, quanto mais sólidos forem os alicerces melhor tudo o que se constrói daí para cima», declara Pedro Strecht.



O Papel Dos Pais

«Por vezes, os pais não compreendem o porquê das situações e não as valorizam.

Percebem que a criança não está bem na escola, que até anda triste, mas não são capazes de ligar isso a determinado problema que está ali mesmo debaixo do tecto», diz Pedro Strecht, que conhece bem este cenário.



Está habituado à surpresa dos pais quando descobrem que o seu filho tem problemas emocionais:



«Há pais que dizem: “Mas, afinal, isto passou-se tudo tão depressa e eu não conheço bem o meu filho”, ou “Agora é que descobri que há muitas coisas que me passam ao lado”. E este é, de facto, um dos problemas maiores.»



Os pais estão cada vez mais distantes dos filhos, existe uma falta de qualidade no tempo da relação pais/filhos, o que afecta a estabilidade emocional das famílias.



É necessário intervir precocemente perante as situações de risco. Para tal, é necessário que os pais estejam mais atentos às alterações emocionais/comportamentais dos filhos.



«Ajudamos os pais a ter uma melhor leitura do mundo emocional dos filhos», conclui Pedro Strecht. E não deixa de referir que «estes são problemas que dizem respeito às famílias de uma forma transversal e não apenas famílias com características socioculturais mais baixas».


Será Que O Meu Filho Tem Problemas Emocionais?

«Julgo que as crianças acabam sempre por apresentar sinais e sintomas, sobretudo se as situações são muito mantidas», esclarece Pedro Strecht.


Evidenciam sintomas de instabilidade emocional, que variam conforme as idades.



Se uma criança é muito pequena, é mais provável apresentar sinais e sintomas através das grandes funções de relação. Por exemplo, modificações no apetite, com vómitos. O sono também pode sofrer algumas oscilações. Por vezes, registam-se alterações ao nível do desenvolvimento global.



«Se uma criança está em período escolar, é muito fácil que os sinais se manifestem na escola, quer por quebra do rendimento escolar, quer por alteração de comportamento», refere o pedopsiquiatra.


Para além da escola, os mais crescidos podem ter alterações de comportamento, com maior instabilidade, hiperactividade, agressividade, ou o oposto, inibições, isolamentos. Com o crescimento da criança outros receios surgem.


Segundo Pedro Strecht, «há uma idade que assusta muito os pais. São os anos próximos da entrada na puberdade ou adolescência, que vai entre os 10 até aos 14, 15 anos. Penso que está relacionado com o facto de nela existir uma modificação física e emocional com os pais».


Perante tantas dúvidas dos pais, o especialista tenta sossegá-los:



«O ideal é estarem atentos, reportarem-se às suas próprias experiências infantis. O importante é ajudar a repetir as que foram boas e evitar as que sentem como negativas.»


(A responsabilidade editorial e científica desta informação é da Medicina & Saúde)






publicado por Lumife às 22:37

Maio 23 2005
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Pela segunda vez, em menos quatro anos, somos confrontados com o facto de a situação orçamental ser pior do que a prevista. Em 2002, Durão Barroso fez o célebre discurso da «tanga» e com isso eximiu-se a cumprir a sua principal promessa eleitoral - baixar os impostos. Em 2005, embora o Governo guarde um prudente silêncio, já se sabe - basta interpretar as palavras do Governador do Banco de Portugal - que se prepara igualmente para inflectir algumas das promessas feitas.


De situações como estas podemos retirar duas hipóteses, ambas bastante tristes: ou os Governos desconhecem totalmente a realidade quando fazem os seus programas, ou conhecem-na, mas omitem-na de forma a poderem fazer promessas sugestivas (baixar os impostos, ou aumentar prestações sociais, por exemplo).



Se o caso é o primeiro, diremos que é absolutamente anormal que um partido que a todo o momento pode ser Governo, como é o caso do PS ou do PSD, não saiba o que se passa quanto em matéria de contas do Estado. E, se os estados-maiores não sabem, imagine-se o que saberá um cidadão eleitor, por muito esclarecido que queira estar.


Se o caso é o segundo, estamos perante uma mistificação inaceitável que não merece contemplações. A omissão da real situação de forma a fazer propostas mais atractivas, que já se sabe não poderem ser cumpridas, equivale a uma traição ao eleitorado.


Seja um caso ou outro é urgente e necessário criar mecanismos que assegurem transparência orçamental. Para que o desconhecimento não possa ser evocado e, mais do que isso, não possa sequer ser verdadeiro.





(A Opinião de Henrique Monteiro in Expresso)

publicado por Lumife às 23:24

Maio 20 2005
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Além de ter recebido recentemente um e-mail também li no PEDRA NO CHARCO a informação que abaixo se transcreve. NÃO QUERO ACREDITAR QUE SEJA VERDADE.


"Com as eleições legislativas de 20 de Fevereiro, metade dos 230 deputados para a Assembleia da República não foram reeleitos. Os que saíram regressam às suas anteriores actividades profissionais; contudo, nenhum sai triste e cabisbaixo.


Quando terminam as suas funções, os deputados (e governantes) têm direito a um subsídio dito de reintegração: recebem um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses que passaram na Assembleia da República ou Governo. Desta maneira, um deputado que o tenha sido durante um ano recebe, assim, dois ordenados (6.898 euros); e um que tenha estado na Assembleia da república durante vinte anos recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas, e tendo por base só os deputados que vão sair, o Estado terá que desembolsar mais de 2.500 mil euros.


No entanto, há aqueles deputados que têm direito a subvenções vitalícias, ou pensões de reforma. Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos de serviço (sim, são doze) e quando o deputado atinge os 55 anos de idade (sim, são cinquenta e cinco), aumentando o seu valor quando perfaz 60 anos. Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras tão conhecidas como Almeida Santos (4.400 euros), Medeiros Ferreira (2.800 euros), Manuela Aguiar (2.800 euros), Pedro Roseta (2.800 euros), Helena Roseta (2.800 euros), Narana Coissoró (2.800 euros), Álvaro Barreto (3.500 euros) – estes com mais de 20 anos de Assembleia da República – Vieira de Castro (2.800 euros), Leonor Beleza (2.200 euros), Isabel Castro (2.200 euros), José Leitão (2.400 euros), Artur Penedos (1.800 euros) e Bagão Félix (1.800 euros). Quanto aos ilustres reintegrados (com direito ao subsídio de reintegração) podemos encontrar os seguintes ex-deputados e ex-ministros: Luís Filipe Pereira (26.898 euros/9 anos de serviço), Sónia Fertuzinhos (62.000 euros/9 anos meio de serviço), Maria Santos (62.000 euros/9 anos de serviço), Paulo Pedroso (48.000 euros/7 anos e meio de serviço), David Justino (38.000 euros/5 anos e meio de serviço), Ana Benavente (62.000 euros/9 anos de serviço), Maria do Carmo Romão (62.000 euros/9 anos de serviço) e Luís Nobre Guedes (62.000 euros/9 anos e meio de serviço).


A maioria dos deputados que não regressam ao Parlamento apenas lá estiveram na última legislatura. Desta forma apenas sentiram o peso da função durante 3 anos. O suficiente, mesmo assim, para terem direito a um subsídio de reintegração no valor de cerca de 20.000 euros.

"


publicado por Lumife às 00:03

Maio 16 2005
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O caso dos 2605 sobreiros cujo abate foi permitido por um despacho conjunto dos ex-ministros Nobre Guedes, Telmo Correia e Costa Neves, é exemplar de como os privados se apropriam do que é público para daí obterem vantagens e lucros.


O mais escandaloso, se calhar, nem é o despacho, pelos vistos formalizado mais de uma semana depois do acto eleitoral de 20 de Fevereiro, em que a coligação no poder foi amplamente derrotada, e depois publicado com a data de 16 de Fevereiro. O mais escandaloso é todo o processo, desde o seu início, e a evidência de que a parte privada foi concretizando uma estratégia de aranha desde 1994 para atingir o seu objectivo: viabilizar um empreendimento turístico que serve apenas os objectivos dos seus promotores, o Grupo Espírito Santo, e não qualquer «utilidade pública» que justifique o abate de árvores que levam 50 a 60 anos até delas se poder extrair cortiça, produção que, por acaso, Portugal mundialmente lidera.


Recordemos. Quando o projecto nasceu, havia três partes envolvidas: a Companhia das Lezírias, o Grupo Espírito Santo e um grupo inglês especialista no desenvolvimento e investigação de projectos agrícolas, todos com 33,3 por cento. A sociedade tinha como objectivo prioritário precisamente desenvolver os tais projectos agrícolas - e só, como objectivo secundário, um projecto turístico. Acontece que, e aqui aparece o primeiro facto estranho, a Companhia das Lezírias só poderia subscrever a sua parte de capital e acorrer a novos aumentos através da entrega de terras. Acontece ainda que, tendo chegado numa primeira fase, precisamente através da entrega da propriedade de Benavente, a controlar mais de 55 por cento do capital, estava pelo contrato celebrado impedida de ter mais dos que os tais 33,3 por cento dos votos nas assembleias gerais. Mais estranho ainda, o documento fixava quanto valia o preço do metro quadrado do terreno a entregar em futuros aumentos de capital por parte da Companhia das Lezírias, mais de cem vezes abaixo do que se calcula que valem aqueles terrenos para fins urbanísticos.


O que espanta é como o conselho de administração da Companhia das Lezírias, presidido por João Dotti, assegurou tão mal os seus interesses. O que espanta é que rapidamente o projecto deixou de ser de desenvolvimento agrícola para se virar unicamente para a exploração de um projecto turístico - com o investidor inglês a desligar-se do processo. E o que já não espanta é que cada ministro de Agricultura que ocupava o pelouro tinha em cima da sua mesa de trabalho o referido dossiê para aprovar novos abates de sobreiros que viabilizassem o projecto - apesar da sucessiva oposição do Instituto Florestal.


Em Outubro de 1995, já depois de o PSD ter perdido as eleições legislativas para o PS, o ministro da Agricultura, Duarte Silva, conseguiu que o Conselho de Ministros aprovasse uma alteração à lei dos sobreiros, chamando ao ministro da Agricultura a autorização para o corte desta espécie protegida - e logo de seguida deu autorização para o abate de 4277 sobreiros da herdade da Vargem Fresca. Gomes da Silva, o ministro socialista que se lhe seguiu, anulou a decisão três meses depois - mas já tinham sido abatidos 1672 sobreiros, abrindo espaço para uma barragem e campos de golfe.


Mais recentemente, os memorandos dos técnicos da Direcção-Geral de Florestas, que sempre tinham sido negativos, foram contraditados por uma nota interna de 29 de Dezembro, «mal fundamentada», segundo o actual titular do cargo, Jaime Silva. E soube-se que a técnica dos serviços centrais, que ao longo de dez anos se opusera ao corte dos sobreiros, fora entretanto afastada - aparecendo finalmente, com data de 16 de Fevereiro, mas tomada uma semana depois de 20 de Fevereiro, um despacho assinado por três ministros considerando de «imprescindível utilidade pública» o abate de 2605 sobreiros para viabilizar o empreendimento turístico da Portucale, empresa do Grupo Espírito Santo, em Benavente. A decisão foi travada pelo novo ministro, mas entretanto 900 sobreiros já foram abatidos, permitindo à Portucale construir as infra-estruturas do empreendimento.


Decididamente, não sabemos o que mais admirar. Se a incompetência ruinosa do conselho de administração da Companhia das Lezírias, para não dizer conivência com os interesses privados. Se a tendência para ministros do PSD e CDS autorizarem o abate dos sobreiros quando já sabem que serão substituídos por governos de outra cor. Se a estratégia persistente do Grupo Espírito Santo, que avança quando os tempos políticos lhe são favoráveis, e aguarda pacientemente quando isso não acontece, sem perder de vista o que lhe interessa: capturar para o seu próprio e privado interesse um bem que é do domínio público.


Pode não ser um caso de polícia. Mas que enoja qualquer cidadão honesto e vertical, lá isso enoja.





16 Maio 2005


(A Opinião de Nicolau Santos - Expresso)



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SOBREIROS E MONTADOS









O sobreiro e a cortiça têm uma exepcional importância ecológica e socio-económica no nosso pais.



Convidamo-lo a saber mais sobre o montado de sobro que identifica e caracteriza parte dos nossos ecossistemas e têm um elevado valor paisagistico .



Muitos Sobreiros atingem grande porte e longevidade , constituindo verdadeiros monumentos da natureza encontrando-se alguns classificados como
Árvores de interesse Público.



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FICHA DO SOBREIRO



O Sobreiro era designado pelos romanos de suber e foi dai que veio a sua denominação cientifica em latim do seu género sendo a sua espécie Quercus Suber.



O Sobreiro é uma árvore de porte médio ,com uma copa ampla ,com uma altura média de 15-20 m.Pode atingir em casos extremos , os 25 m de altura . O tronco tem uma casca espessa e suberosa , vulgarmente designada por cortiça . As suas folhas são persistentes e o seu fruto é a glande ou lande.



Existe no Sul da Europa e Norte de África.No nosso Pais existe em praticamente todo o território ,mas com especial incidência a Sul do Tejo. Da área total mundial ocupada pelo sobreiro , Portugal , com 730 000 hectares é o pais com maior área , seguido da Espanha e da Argélia .



O Sobreiro pode ser semeado , plantado ou pode regenerar-se expontâneamente o que acontece em muitas regiões do nosso pais . Cresce melhor debaixo de árvores adultas , vivendo melhor na semi-sombra . Prefere climas com amplitudes térmicas suaves , húmidade atmosférica e insolações elevadas Suporta bem todos os tipos de solos excepto os calcários ou muito mal drenados .


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CARACTERISTICAS DA CORTIÇA COMO MATÉRIA PRIMA



1. LEVE

2. RESISTENTE AO DESGASTE

3. FRACA PERMEABILIDADE

4. ELÁSTICA MAS DE DIMENSÃO ESTÁVEL

5. ISOLADORA TÉRMICA

6. ISOLADORA ACÚSTICA

7. ANTIVIBRÁTIL

8. MUITO RESISTENTE AO ATRITO



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VAMOS MANTER O MONTADO




A progressiva artificialização a que o montado tem sido sujeito , a par de uma exploração intensiva e desregrada e condições climatéricas desfavoráveis tem tido em alguns casos consequências negativas na sua saúde e vitalidade , que importa corrigir .



Os montados têm um elevado valor conservacionista , abrigando uma rica e diversificada flora e fauna , nomeadamente das espécies cinegéticas O sobreiro tem um enorme significado na qualificação ecológica , económica e cultural e paisagistica do pais .Portugal é o maior produtor e transformador indústrial de Cortiça , não se encontrando substituto artificial para um produto com as caracteristicas da cortiça matéria prima limpa , totalmente reciclável.



Deveremos manter um apurado controle sanitário dos sobreiros para evitar a propagação de doenças que afectam o montado , .assim como deveremos proteger e estimular os produtos do montado como o porco montanheiro e os cogumelos .


A paisagem e o sistema ecológico é algo de estratégico , precioso e insubstituivel .A sustentabilidade e a perpectuabilidade das florestas de sobreiro passa por a cortiça se manter como o material eleito para vedantes dos vinhos engarrafados.


Mas é nos vinhos de consumo a curto prazo- mais de 90% dos vinhos mundiais são consumidos em menos de um ano de engarrafamento- que se joga o futuro da cortiça .Os produtos subsidiários da indústria da rolha e os vinhos de qualidade , que certamente nunca descerão á bastardia das rolhas de plástico , são completamente insuficientes para manter os niveis actuais da cadeia subericola .A rolha é o pilar da actividade subericola já que consome apenas 30% a 40% da matéria prima , mas gera 80% do valor acrescentado e apresenta valores de exportação superiores ao Vinho do Porto .


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TURISMO DA NATUREZA E A FLORESTA



Actualmente o montado de sobro é explorado num sistema que se designa por uso múltiplo , de complexidade variável . À utilização subericola e cerealifera junta-se a criação de gado , a exploração cinegética , a utilização dos matos e plantas aromáticas e o fomento de um conjunto de actividades, como a observação de aves , os passeios equestres , ligadas ao turismo em espaços rurais .


A paisagem dos montados merece , pela sua beleza , biodiversidade e importância socio-económica , continuar a ser apreciada e conservada por todos.


Estes ecossistemas , resultado da adaptação da Natureza á acção humana , tem um grande interesse ecológico e antropológico e a sua correcta interpretação permitem a criação de actividades de Educação Ambiental e Ecoturismo.


(in http://pedrobraz.tripod.com)









publicado por Lumife às 22:33

Maio 10 2005
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1 - INTRODUÇÃO:


Conhecido popularmente como "derrame cerebral", o Acidente Vascular Cerebral (designado pela sigla AVC pelos médicos) é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental.



O termo "derrame" pode ser confundido com outras doenças. Segundo o dicionário de português Aurélio, significa acúmulo de líquidos em cavidades naturais. Assim, temos o derrame pleural, pericárdico ou articular. Ora, não existe cavidade natural no cérebro; então, neste caso, não deveríamos utilizar esta expressão.





O objetivo deste manual é informar aos pacientes e seus familiares sobre esta terrível doença, quanto ao modo como ocorre, "fatores de risco" (são aqueles que facilitam ou que estariam relacionados com a sua ocorrência), quando desconfiar, exames complementares, o tratamento e a reabilitação (fisiatria e fisioterapia). Antes, porém, é preciso entender um pouco sobre a estrutura cerebral e seu funcionamento.
Não vamos, também, expor todos os detalhes, para que a leitura não se torne complexa e cansativa; além disso, seria quase impossível Na maioria das vezes, utilizaremos termos mais simples, não técnicos. justamente para facilitar a compreensão do leigo.


Esperamos que o leitor fique apto a debater com o médico várias questões, bem como esclarecer dúvidas, com o objetivo de otimizar ao máximo o tratamento e a recuperação do paciente.


2 - COMO É O CÉREBRO E SEU FUNCIONAMENTO?

O cérebro é envolto por umas peles" bem finas, que lhe dão proteção chamadas meninges. A mais extensa é a dura-mater, depois vem a aracnóide e a pia-mater. Todas estão dentro de uma caixa óssea" que é o crânio .

Para compreendermos melhor, vamos "dividir" o cérebro ao meio, na direção do nariz para a nuca, e teremos a metade direita e esquerda. Cada metade, por sua vez, apresenta regiões com determinadas funções conhecidas . Assim, existem aquelas responsáveis pelos movimentos de partes do nosso corpo (motricidade),
pelas sensações, pela coordenação dos movimentos, pela expressão verbal (fala) e compreensão da mesma.

Em geral, as funções motoras e sensitivas são "cruzadas" , ou seja, a metade direita do cérebro comanda a metade esquerda do corpo e vice-versa. Em outras palavras, se houver uma lesão na metade direita do cérebro, na área correspondente ao movimento da mão, por exemplo, teremos uma diminuição da força da mão esquerda. Existem regiões que apresentam muitas funções diferentes, como o "tronco cerebral". Nele, por exemplo, está o centro que comanda a nossa respiração, além de passar todos os comandos que vêm do cérebro.


Nosso cérebro, como todo o resto do organismo, necessita de oxigênio e "alimento" para trabalhar normalmente. Estas substâncias chegam a ele através do sangue, que circula dentro dos vasos sangüíneos (artérias e veias).


1Artérias são os vasos que levam sangue do coração para todo o organismo, enquanto que as veias fazem o contrário.










As principais artérias que unem o coração ao cérebro são:


Carótidas: Uma de cada lado do pescoço, enviando o sangue para a respectiva "metade" do cérebro, mas na parte da frente.


Cerebrais médias: Uma de cada lado, dentro do cérebro(nascem das carótidas).


Vertebrais: Uma de cada lado do pescoço (por "dentro" dos ossos da coluna vertebral. Enviando sangue para a parte de trás do cérebro.

Estas artérias, por sua vez, apresentam suas respectivas ramificações. Para que o sangue fornecido ao cérebro seja adequado é preciso:



Um bom funcionamento do coração, dos rins, dos pulmões etc;


que a pressão seja adequada;






livre passagem do sangue através dos vasos;


que os constituintes do sangue esteja adequados (glóbulos vermelhos, glicose, oxigênio, colesterol etc.).


Assim, quaisquer alterações para mais ou para menos podem afetar a circulação cerebral e determinar um AVC.


Observação:


O sangue pode ser dividido em duas partes: uma líquida, formada basicamente por água e outra que são os constituintes :


- proteínas, glicose (açúcar), glóbulos vermelhos (responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás carbônico), glóbulos brancos (responsáveis pela defesa do organismo), plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue), etc.


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3 - COMO PODERÍAMOS DEFINIR AVC?



O AVC pode ser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menor grau, de fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do

cérebro, determinando o sofrimento ou morte desta (neste caso, chamado infarto) e, consequentemente, perda ou diminuição das respectivas funções. Existem basicamente dois tipos de AVC:


a) Isquêmico: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.


b) Hemorrágico: quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.





a) O Acidente Vascular Cerebral lsguêmico pode ocorrer nas seguintes situações:


· Trombose arterial: é a formação de um coágulo de sangue (como se o sangue "endurecesse", parecendo uma gelatina) dentro do vaso , geralmente sobre uma placa de gordura (aterosclerose), levando a uma obstrução total ou parcial. Os locais mais freqüentes são as artérias carótidas e cerebrais. Assim, se houver obstrução total da carótida direita, por exemplo, "a parte da frente da metade direita do cérebro" estará comprometida, determinando problemas (paralisia, perda de sensibilidade etc.) na metade esquerda do corpo.


· Embolia cerebral: surge quando um coágulo (formado num coração doente por arritmia, problema de válvula, etc.) ou uma placa de gordura (ateroma), que se desprende ou se quebra geralmente da artéria carótida, correm através de uma artéria até encontrar um ponto mais estreito, não conseguindo passar e obstruindo a passagem do sangue .




A isquemia pode ser definitiva ou temporária. Neste caso, o sangue volta a passar após um período de minutos a horas e, enquanto isso não ocorre, o paciente apresenta as alterações que serão citadas no capítulo

Arterites: inflamação da artéria, levando à obstrução da luz, ocasionada por vírus, alteração na imunidade (sistema de defesa do organismo) etc.


Vasoespasmo: é uma reação descontrolada do vaso (artéria) que diminui muito o seu calibre a ponto de não permitir a passagem adequada de sangue. Isto pode ocorrer diante de uma aumento exagerado da pressão arterial (crise hipertensiva), complicação de uma enxaqueca (raro), ou de uma hemorragia bubaracnóidea.


mais raro ainda seria uma compressão do lado de fora do vaso, por um tumor, uma vértebra fraturada ou um tiro na região do pescoço.


Redução do fluxo sangüíneo: uma parada cardíaca ou um sangramento intenso em qualquer parte do corpo podem levar a um sofrimento de determinada região do cérebro, causando isquemia.



5. Este fenômeno é conhecido popularmente como "ameaça de derrame" (ou Ataque Isquêmico Transitório, nos termos médicos) e o paciente não apresenta seqüelas. Isto é multo importante, pois é um sinal de que pode ocorrer uma isquemia permanente a qualquer momento, se nada for feito para evitá-las, ficando seqüelas para o paciente

.b) No Acidente Vascular Hemorrágico pode ocorrer extravasamento de sangue para dentro do cérebro (hemorragia intracerebral) ou para o lado de fora, entre o cérebro e a aracnóide (já citada no capitulo 2), ocasionando a hemorragia subacnóidea. Ambos podem ocorrer por crise hipertensiva, ou por uma alteração sangüínea em que ocorra muita dificuldade de realizar a coagulação normal (hemofilia, diminuição de plaquetas, algumas doenças reumáticas. etc.). Uma má-formação congênita de um vaso como um aneurisma cerebral, por exemplo, também pode levar à hemorragia subaracnóidea. Já a hemorragia intracerebral também pode ser causada por doenças como Angiopatia amilóide (mais comum em pessoas idosas).




Tanto na isquemia quanto na hemorragia intracerebral, vão ocorrer mortes de células3, ocorrendo o infarto, Ao redor deste, como "reação" do organismo, ocorre uma área de edema, ou seja, como se fosse uma "infiltração" de água e outros constituintes provenientes do sangue (proteínas,sais, etc.), ocasionando um "inchaço", aumentando ainda mais a pressão intracraniana. Esta região, chamada zona de penumbra, é muito importante, pois as células aí existentes estão vivas e não funcionantes de forma adequada. Nela é possível ocorrer recuperação total através de cuidados médicos urgentes, evitando maiores seqüelas ao paciente.


Recentemente, têm surgido muitos estudos sobre os chamados Radicais livres. De maneira simples, seriam "substâncias" tóxicas produzidas pelo próprio organismo, em várias situações de agressão, dentre elas o AVC. São muito prejudiciais às células, podendo lesioná-las definitivamente.


Enfim, devemos compreender que muita coisa acontece ao mesmo tempo quando este quadro ocorre, muitas delas ainda desconhecidas, Existem alterações do cálcio, de neurotransmissores (substâncias que transmitem informações dentro do cérebro), etc; todas devendo ser combatidas ao mesmo tempo.



Quando ocorre uma hemorragia, o sangue extravasado vai ocupar um lugar do cérebro, empurrando-o e comprimindo as suas estruturas. Lembremos porém que tudo isto está ocorrendo dentro do crânio, uma caixa óssea" dura. Como ocorre um aumento do volume intracraniano, a pressão intracraniana aumenta. Isto leva a uma dificuldade para que chegue sangue ao restante do cérebro, ainda normal! piorando a lesão. Como conseqüência disto, o paciente pode ficar sonolento, confuso ou em coma.


2Aneurisma: dilatação localizada de uma artéria. cuja parede se torna mais fina neste ponto. podendo romper-se .



3Célula., menor unidade de matéria viva que constitui os seres vivos.



4- FATORES DE RISCO PARA O AVC:


Como já vimos, fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC. É imprescindível a sua caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco. Os principais são:


a. Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio é de "12 por 8"; porém, cada pessoa tem o um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, temos a hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais, A melhor solução é a prevenção! Devemos entender que qualquer um de nós pode se tornar hipertenso. "Não é porque mediu uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar"! Além disso, existem muitas pessoas que tomam corretamente a medicação determinada porém uma só caixa! A pressão está boa e, então, cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento! Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia (Determine sua Pressão Arterial).


b. Doença Cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma dificuldade para o sangue alcançar o cérebro, além dos outros órgãos, podendo levar a uma isquemia. As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc. (Determine seu Risco Cardíaco).


c. Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.


d. Fumo: sempre devemos evitá-lo; é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco aqui citados. Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais grosso (concentrado) ao longo dos anos (aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial(Determine sua dependência ao fumo).


e.Uso excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os niveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.


f. Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.


g. Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.


h. Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.


i. Raça: é mais freqüente na raça negra.


j. História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, "ameaça de derrame", infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.), tem maior probabilidade de ter um AVC.


k. Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.


l. Sangue muito concentrado: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônicas (quer dizer, por muitos anos), ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos, para não deixar "escapar" qualquer oxigênio que chega aos pulmões.


m. Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pilulas mas o médico deve avaliar e orientar cada caso. Atualmente se acredita que as pílulas com baixo teor hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentam a probabilidade de aparecimento de AVC.


n.Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.(Determine seu Nível de Aptidão Física).


"Para entendermos como se combinam todos estes fatores, imaginem um cano (Tubo) por onde passa a água. Agora, vamos acrescentando lama a esta água e a velocidade da mesma começará a diminuir. A lama corresponderia aos constituintes do sangue. Finalmente, vamos colocar uns obstáculos de "cimento colante" dentro deste tubo (correspondendo as placas de aterosclerose); Logo, vamos notar que a lama vai começar a aderir a este cimento, aumentando ainda mais as dificuldades para a água passar".


5- QUANDO DESCONFIAR QUE UMA PESSOA ESTÁ APRESENTANDO UM AVC?


O AVC manifesta-se de modo diferente em cada paciente, pois depende da área do cérebro atingida, do tamanho da mesma, do tipo (Isquêmico ou Hemorrágico), do estado geral do paciente, etc.


De maneira geral, a principal característica é a rapidez com que aparecem as alterações; em questão de segundos a horas (de maneira abrupta ou rapidamente progressiva). Podemos chamar a atenção para aquelas mais comuns:


Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo, com dificuldade para se movimentar;



Alteração da linguagem, passando a falar "enrolado" ou sem conseguir se expressar, ou ainda sem conseguir entender o que lhe é dito;


perda de visão de um olho, ou parte do campo visual de ambos os olhos;


dor de cabeça súbita, semelhante a uma "paulada, sem causa aparente, seguida de vômitos, sonolência ou coma; perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais (de início rápido).


Estas alterações não são exclusivas do AVC. Apenas servem de alerta de que algo está acontecendo, devendo procurar auxílio médico imediatamente.


Devemos chamar a atenção para aqueles pacientes mais idosos, acamados por quaisquer motivos, inclusive por um "derrame" prévio. Neste caso, eles têm vários fatores de risco e é muito comum passarem desapercebidas estas alterações. É importante prestarmos atenção na capacidade habitual de movimentos de seus membros, como eles costumam falar, na quantidade e horário normal de sono. Se houver piora (por exemplo, "antes erguia a mão até a cabeça, agora o faz pouco ou nem movimenta"), levar ao médico e, de preferência, prestar estas informações a ele.


6- EXAMES COMPLEMENTARES


Exames complementares são aqueles solicitados pelo médico com a finalidade de confirmar ou afastar o diagnóstico de uma doença que está suspeitando descobrir a causa, verificar a gravidade e a evolução e certificar-se do local da lesão.


Assim, para que o médico possa determinar os exames necessários, é preciso sua prévia avaliação, baseada nas informações dos acompanhantes e, quando possível, do próprio paciente, bem como o exame clínico e neurológico do mesmo.


As informações mais importantes, em geral, são: o que o paciente sente, desde quando , a maneira que começou a adoecer (rápida, progressiva etc...), como o paciente passou do início até a admissão ao hospital, medicamentos, doenças prévias e atuais etc..


Os exames mais comuns são:


exames laboratoriais de sangue, urina, líquido cefalorraquiano (líquor) avaliação cardíaca e pulmonar, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax;


exames de imagem do crânio (cérebro), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, angiografia cerebral;


outros exames: ultrassonografia das artérias carótidas e vertebrais, etc.


7- TRATAMENTO


Devemos lembrar que o AVC é uma urgência, tanto quanto o infarto do coração. Em outras palavras, diante de uma suspeita, levar o paciente imediatamente ao Pronto Socorro.


Evite medicar sem orientação médica, por melhor que seja a sua intenção. Como exemplo, muitas vezes a pressão arterial está elevada e, na ansiedade de querer baixá-la, corre-se o risco de exagerar. Neste caso, a pressão baixa dificultará a chegada do sangue ao cérebro, complicando o quadro.


No hospital, o médico responsável deverá se preocupar, entre vários parâmetros, com uma respiração e hidratação adequada, com uma dieta adequada (seja via oral ou através do sangue), cuidados para evitar feridas (escaras) devido a persistência do paciente numa mesma posição, controle da pressão e da temperatura (evitando complicações infecciosas, principalmente pulmonares), prevenção de trombose nas veias das pernas, etc.. Além de tudo, existe o tratamento específico: correção dos distúrbios da coagulação sangüínea, prevenção do vaso espasmo , evitar aumento da zona de penumbra (devido ao edema) combater os radicais livres, etc...


Devemos entender que "cada caso é um caso". Alguns podem necessitar de tratamento cirúrgico, como drenagem de um hematoma (coágulo) ou para a correção de uma má formação, por exemplo um aneurisma2.


Hoje sabemos que outras áreas do cérebro, não afetadas por uma lesão, podem assumir determinadas funções realizadas por aquelas que "morreram"; e, ainda, podem ocorrer regenerações de algumas pequenas partes. A este conjunto de fenômenos chamamos de neuroplasticidade. Existem pesquisas de medicamentos para potencializar este fenômeno.


O tratamento. em todos os seus aspectos, deve ser precoce, com o que se obtém melhores resultados.


Após a alta hospitalar, o tratamento continua. O médico responsável dará a receita dos medicamentos a serem tomados, assim como todas as orientações necessárias.


Uma das medidas a serem tomadas pelos familiares é procurar algum serviço de assistência social onde o paciente trabalho do hospital onde foi atendido ou de serviço público para providenciar o recebimento do seguro saúde, aposentadoria ou equivalente.


Tem início. então o tratamento ambulatorial, com o neurologista e toda uma equipe de especialistas em diferentes áreas, que serão requisitados de acordo com cada caso; fisiatria e fisioterapia, fonoaudiologia. psicólogo, terapia ocupacional, entre outros. Em geral, o médico responsável dará estas orientações, além de coordenar a equipe.


A família deve ficar atenta à eventuais complicações que possam surgir sendo os sintomas mais freqüentes;



dor no peito ou respiração mais curta;


sangramento, principalmente se estiver tomando remédios para "afinar" o sangue (anticoagulantes);


dor de estômago, indigestão ou soluços frequentes, especialmente se estiver tomando ácido acetil salicílico (AAS, Aspirina etc.);


convulsões ou perda de consciência;


dor para urinar;


febre;


alteração do comportamento, depressão ou agressividade;


piora da força;


"prisão de ventre" (obstipação intestinal) prolongada.



8 - A REABILITAÇÃO DO PACIENTE


A reabilitação é o conjunto de procedimentos que visam restabelecer, quando possível, uma função perdida pelo paciente temporária ou permanentemente, realizada por uma equipe multidisciplinar, coordenada preferencialmente pelo médico fisiatra:


Com relação ao paciente acometido pelo AVC, os objetivos de reabilitação são:


a - Prevenir complicações; as mais comuns são as deformidades. Com a paralisação dos músculos e a instalação de uma rigidez (chamada de espasticidade) nas partes do corpo afetadas, ocorre a perda da mobilidade das articulações, que passam a adotar posições erradas, ficando deformadas e impedindo o paciente de realizar certos movimentos, como estender os joelhos e cotovelos, andar, flexionar os braços, etc. Outras complicações comuns são as síndromes álgicas (dores difusas pelo corpo), o ombro doloroso, doenças pulmonares (broncopneumonia), a trombose venosa profunda, as escaras (feridas formadas pela pressão contínua em um determinado ponto), entre outras. Todas estas complicações podem ser evitadas através da movimentação com exercícios corretos, com uso de órteses (aparelhos para manter os ombros posicionados corretamente), procedimentos visando diminuir a espasticidade e uso de medicamentos para dor, prescritos pelo médico.


b - Recuperar ao máximo as funções cerebrais comprometidas pelo AVC, que podem ser temporárias ou permanentes. Isto pode ser feito através do atendimento precoce ao paciente, tanto do ponto de vista clínico quanto reabilitacional, através da realização de exercícios, treino de atividades e uso de equipamentos especiais que ajudem a preservar os movimentos e a saúde das articulações.


c - Devolver o paciente ao convívio social, tanto na família quanto no trabalho, reintegrando-o com a melhor qualidade de vida possível.


De um modo geral, alguns princípios de reabilitação podem ser iniciados no primeiro ou segundo dia do AVC, como posicionamentos adequados e movimentos passivos, visando prevenir complicações secundárias, com o paciente ainda hospitalizado.


Ao sair do hospital, o paciente deve continuar seu tratamento de reabilitação, a nível ambulatorial, com o fisiatra, num centro especializado, se necessário, ou em casa, seguindo as orientações dadas pela equipe. E é neste momento que entra o papel fundamental da família, fornecendo a infra-estrutura necessária para o amplo restabelecimento do paciente, da seguinte forma:



a. Dando corretamente as medicações prescritas (lembre-se que o paciente com AVC pode ter alterações de memória e se esquecer dos remédios e horários).


b. Promovendo o comparecimento às consultas e terapias.


c. Fornecendo um ambiente de tranqüilidade e compreensão, para que o paciente não se deixe levar pela depressão e/ou agressividade, fato comum nestes casos.


d. Motivando o paciente:



evitando que durma o dia todo;


colocando roupas confortáveis durante o dia (agasalhos esportivos, abrigos. etc.);


tornando as roupas fáceis de serem colocadas e retiradas (uso de velcro, botões de pressão, elásticos, entre outros);


utilizando o pijama somente à noite;


colocando-o sentado na cama ou no sofá (de preferência), sempre que possível;

levando-o a passeios dentro e fora de casa com o auxílio de cadeira de rodas ou caminhando com a ajuda de aparelhos (órteses) ou bengalas;

dando pequenas tarefas possíveis de serem realizadas (sob a orientação do terapeuta ocupacional);


tentando estimular a retomada das atividades profissionais ou de alguma atividade que ele possa exercer;


adaptando o interior da casa, com corrimões, rampas e pouca mobila, para facilitar a locomoção do paciente (procurar não descaracterizar o ambiente onde ele vivia; alterar a disposição dos móveis pode confundir e desorientar os pacientes mais idosos);


a utilizar o banheiro para suas necessidades e tomar o banho


e. Dando uma dieta adequada:



com pouco sal (para evitar o edema nas partes paralisadas);


com pouca gordura;


leve (para facilitar a digestão);


rica em fibras e líquidos, para evitar uma complicação mais comum, o ressecamento intestinal (cabe ao médico indicar ou não o uso de laxantes).



f. Auxiliando a realização de atividades e exercícios orientados para casa (esses exercícios são inicialmente passivos, ou seja, o paciente não os realiza voluntariamente; depois passam a ser ativos, onde solicita-se para que ele realize determinados movimentos),


g. Posicionando corretamente os braços ou pernas afetados.


De um modo geral, alguns princípios de reabilitação podem ser iniciados no primeiro ou segundo dia do A V C, como posicionamentos adequados e movimentos passivos, visando prevenir complicações secundárias, com o paciente ainda hospitalizado. Ao sair do hospital, o paciente deve continuar seu tratamento de reabilitação, a nível ambulatorial num centro especializado, se necessário, ou em casa, seguindo as orientações dadas pela equipe. Neste momento é que entra o papel fundamental da família, fornecendo a infra-estrutura necessária para o amplo restabelecimento do paciente.


(Este texto foi extraído e modificado do informativo de mesmo título – autores: Drs. Ibsen T. Damiani e Edson I. Yokoo, revisor Dr. Rubens J. Gagliardi – Editado por TRB PHARMA – em 1995, nossos agradecimentos àquela industria farmacêutica e autores).

Fonte: Hospital Tacchini


NOTA DO BLOG: Respeitámos o texto original e respectiva ortografia.





publicado por Lumife às 20:00

Maio 08 2005
g.jpgPintura de Günter Grass, Prémio Nobel de Literatura.



Presidente alemão conclama compatriotas a manter viva a lembrança do sofrimento e da violência que partiu da Alemanha nazista e a lutar contra a repetição de crimes semelhantes. Passeata de neonazistas é barrada em Berlim na comemoração dos 60 anos do fim da II Guerra.




"Nós temos a responsabilidade de manter viva a memória do sofrimento e da violência que partiu da Alemanha nazista e de garantir que isso nunca se repita. Não há um ponto final", disse o presidente alemão Horst Köhler, em discurso no Parlamento, neste domingo (08/05), durante a principal cerimónia na Alemanha pelo 60º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.




A tragédia que a Alemanha provocou ao mundo têm efeitos até hoje, acrescentou. "Nós alemães recordamos com horror e vergonha a Segunda Guerra desencadeada pela Alemanha e o Holocausto cometido pelos alemães. Rememoramos os seis milhões de judeus que foram mortos com energia diabólica", afirmou Köhler. Ele manifestou "repulsa e desprezo por aqueles que cometeram esse crime contra a humanidade e destruíram a honra de nosso país".






Köhler disse que a "a maioria dos alemães sentiu-se aliviada" com o fim da guerra. Ele lembrou os milhões de judeus, grupos ciganos sinti e roma, homossexuais e deficientes, as vítimas da fúria alemã, sobretudo, na Polônia e União Soviética, mas também os civis mortos nos bombardeios contra a Alemanha, os perseguidos e as mulheres violentadas em massa. "Estamos de luto por todas as vítimas, porque queremos ser justos com todos os povos, inclusive com o nosso próprio povo", afirmou.




Ao mesmo tempo, o presidente avaliou como "motivo para alegria e gratidão", a transformação externa e interna pela qual passou a Alemanha nos últimos 60 anos. "Essa gratidão devemos, em primeiro lugar, aos povos que derrotaram a Alemanha e a libertaram do nazismo. Eles deram uma chance ao nosso país no pós-guerra", ressaltou.






No mesmo tom das críticas feitas pelo presidente norte-americano George W. Busch em sua viagem aos países bálticos, Köhler lembrou que na zona de ocupação soviética o sofrimento de muitas pessoas continuou depois da Segunda Guerra. "Só numa parte da Europa foi possível construir sem obstáculos sociedades livres".





Referindo-se à revolução pacífica de 1989, o presidente disse: "Os alemães orientais escreveram um dos melhores capítulos da história alemã". Hoje – continuou Köhler – a Alemanha é uma democracia estável. "Hoje a Europa é caracterizada pela liberdade, democracia e o respeito aos direitos humanos e a Alemanha está cercada de amigo e parceiros".





Infelizmente, observou ainda, "na Alemanha também há incorrigíveis, que querem voltar ao racismo e extremismo de direita. Mas eles não têm qualquer chance contra a absoluta maioria de alemães conscientes que mantêm nossa democracia vigilante e resistente", disse sob forte aplauso das lideranças políticas do país.




Köhler fez questão de ressaltar as relações de amizade que hoje unem a Alemanha e Israel e destacou ainda a importância da parceria transatlântica com os Estados Unidos. "Hoje a guerra na Europa se tornou impossível", disse.




capit.jpgAssinatura da capitulação


Estranhos se abraçaram e se beijaram ao término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mas nem sempre no mesmo dia – 60 anos depois, as nações comemoram a rendição alemã em dias distintos.




A primeira grande capitulação de uma grande formação do exército alemão aconteceu no dia 4 de maio de 1945. O marechal de campo britânico Bernard Montgomery recebeu a rendição parcial do almirante Hans Georg von Friedeburg.




A intenção de Friedeburg era possibilitar ao maior número de alemães, tanto soldados quanto civis, a fuga para o Ocidente. Foi assim que surgiu a situação em que um comandante suplicou ao inimigo que o tornasse prisioneiro, para assim escapar de outro inimigo.




Montgomery aceitou a rendição, mas descreveu mais tarde, de maneira descontraída, que deixou o almirante alemão esperando por um longo tempo.




A primeira capitulação em Lüneburg se estendeu a todos os soldados que combatiam ao Norte e ao Oeste do país, mas não para toda "Wehrmacht". Esta outra rendição foi recebida pelo general Dwight D. Eisenhower (EUA), em Reims, na França. Novamente Friedeburg foi o encarregado das negociações, e fez a seguinte oferta: os alemães continuariam resistindo no Leste, se o Ocidente estivesse disposto a uma paz moderada.




Recusa




Mas Eisenhower recusou a proposta. Por um lado, o "gentleman" não quis violar os acordos com o russos, e por outro, uma paz separada não seria viável politicamente. Os norte-americanos ainda tinham grande simpatia por Stalin.




Eles tão pouco cederam quando grande almirante Karl Dönitz enviou, logo após a morte de Hitler, o general Alfred Jodl com as mesmas intenções. Com a frase "Isso é tudo!", Eisenhower rechaçou a oferta de Jodl. E o general alemão saiu mudo e aceitou tudo.




Na madrugada do dia 7 de maio de 1945, Jodl assinou o que talvez seja o documento mais importante da Segunda Guerra. Depois de cinco anos e nove meses e cinqüenta milhões de mortos em uma guerra de dimensões inimagináveis, terminava a grande matança.




Stalin fora de si




Mas Stalin se irritou porque o fim oficial da guerra havia sido decidido sob direção dos norte-americanos. Entre outras coisas, devido às grandes perdas que a União Soviética havia tido, ele insistiu que deveria ser realizada uma nova e definitiva rendição, mesmo que fosse apenas uma encenação. E que isso deveria acontecer onde tudo começou: em Berlim.




O comandante de Berlim, Helmuth Weidling, já havia se rendido no dia 2 de maio. Desde então, a Escola de Engenharia da Wehrmacht, em Karlshorst, era o quartel-general russo. A nova rendição deveria ser assinada na presença dos oficiais, e planeada por Stalin até os seus últimos detalhes.




Pelo lado dos aliados ocidentais, assinaram o documento o general norte-americano Carl Spaatz, o marechal britânico do ar William Tedder e com o general francês Jean de Lattre, que nada mais eram mais do que comparsas.




Os protagonistas




Os verdadeiros protagonistas foram Wilhelm Keitel e Georgi Shukov. O marechal de campo alemão se esforçou para demonstrar compostura, mas o marechal da União Soviética não o permitiu. Com palavras ásperas, ordenou a Keitel que assinasse o documento já preparado. Keitel obedeceu – assinou, levantou-se e se retirou. Para as festividades posteriores, a mesa para os alemães foi posta num edifício anexo.




Keitel havia entregado aos aliados "todas as forças armadas sob comando alemão". Mesmo assim, muitas unidades continuaram combatendo, menos por fanatismo do que para romper a frente ocidental. Em meados de maio, todas as armas definitivamente se calaram. A guerra havia terminado.




A primeira grande rendição de tropas alemãs aconteceu em 4 de maio, a primeira capitulação general, no dia 7 em Reims. O cessar-fogo estava previsto para as 23h01min do dia 8, mas na verdade aconteceu às 0h16min do dia 9, quando Keitel assinou o documento. O relógio do Kremlin inclusive já apontava 2h16min.




Por isso, muitos norte-americanos recordam o fim da guerra no dia 7, os alemães no dia 8, e os russos, no dia 9. Nenhuma das datas, no entanto, está correta: o conflito continuou ainda por quatro meses e custou a vida de outras dezenas de milhares de pessoas até a rendição do Japão, no dia 2 de setembro de 1945.




publicado por Lumife às 23:22

Maio 04 2005
sscristo.jpg



Conta a tradição que, no Outono de 1713, durante um grande terramoto na ilha de São Miguel, um grupo de freiras saiu à rua em procissão com uma imagem de Jesus que, até então, não tinha grande culto. A elas se juntou o povo com andores e ladainhas e também os notáveis da terra com os seus trajes de cerimónia. Passaram entre escombros e cadáveres até que um tremor mais forte fez cair a imagem do Cristo do andor para o chão, que ficou direita sem se partir ou sujar. Nesse momento, a terra parou de tremer, o mar amansou e o céu descobriu-se, nascendo assim a grande devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres.

Sem autor, época, origem ou história definidos, a imagem do Senhor Santo Cristo é uma escultura única, de grande beleza e luminosidade, que uns dizem ser provavelmente do século XII, da escola de Bizâncio, mas que ninguém sabe muito bem ao certo a sua origem. A história da vinda da imagem para os Açores remonta a 1522, quando um grupo de raparigas, querendo dedicar-se à vida religiosa e não pretendendo sair da ilha, decidiu enviar duas delas em segredo a Roma pedir ao Papa autorização para fundar uma comunidade religiosa. Comovido pela sua coragem, Clemente VII deu-lhes autorização para fundarem a comunidade das Clarissas Descalças e ofereceu-lhes uma imagem muito antiga e bonita que existia nos Museus Vaticanos.


Assim surgiu, no século XVI, o Convento de Nossa Senhora da Esperança, cuja celebridade resulta do facto de, na respectiva capela, se encontrar a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, colocada num camarim alto, com um valioso tesouro composto por um resplendor, ceptro, corda, coroa (em ouro e com um ramo de flores com centenas de pequenos diamantes, esmeraldas, topázios e pérolas) e relicário do século XVII. Estas cinco jóias incluem centenas de elementos preciosos em ouro, prata, diamantes, esmeraldas, rubis, ametistas e topázios, resultado de doações feitas ao longo dos séculos. O Tesouro do Senhor Santo Cristo é de incalculável valor, considerado, juntamente com a Custódia de Belém, uma das obras sacras mais preciosas de Portugal. O resplendor é tido como a peça mais sumptuosa do arquipélago e uma das mais importantes de toda a Península Ibérica.

As capas que todos os anos cobrem a imagem, profusamente "bordadas" de jóias, são oferecidas pelos particulares em cumprimento de promessas.

A procissão do Senhor Santo Cristo, a maior manifestação religiosa açoriana, celebra-se no quinto domingo depois da Páscoa, pelas ruas atapetadas de flores, traçando o percurso onde se situavam os antigos conventos da cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Estas festas religiosas chegam a reunir cerca de 50 mil pessoas, entre devotos locais e emigrantes em peregrinação anual, muitas das quais retribuem graças com sacrifícios e oferendas e pagam promessas de joelhos à volta do Campo de S. Francisco.

publicado por Lumife às 13:42

Maio 01 2005
rb.jpg




No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

*

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

*

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

*

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

*

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

*

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

*

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

*

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

*

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

*

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

*

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

*

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

*

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

*

Boa noite. Eu vou com as aves!

*



(Eugénio de Andrade, Antologia Breve)

























publicado por Lumife às 23:18

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