
O nome - Live 8, que soa tão parecido a Live Aid-, e a organização de Bob Geldof tornam impossível não fazer uma associação entre a iniciativa deste sábado e o megaconcerto de há 20 anos. Mas o ex-vocalista dos Boomtown Rats é peremptório: Não se trata de um Live Aid 2. O irlandês faz questão de explicar que aquele que será o maior concerto de sempre é antes o ponto de partida para O Longo Caminho para a Justiça, uma campanha para influenciar os líderes dos países mais ricos do mundo a tomar decisões concretas para lidar com o problema da pobreza em África, quando se reunirem na Escócia entre 6 a 9 de Julho, na cimeira do G-8.
Em 1985, o Live Aid recolheu mais de 200 milhões de dólares de resposta ao apelo de Geldof no sentido de combater a fome no continente africano. Agora, 20 anos depois, o Live 8 quer antes pressionar os Governos a agir. «O Live 8 é sobre justiça, não caridade», sublinha a organização, que além de Bob Geldof conta com Bono, dos U2, e Richard Curtis (argumentista de filmes como Quatro Casamento e um Funeral ou Notting Hill).
Os números mostram a imponência do evento: 10 concertos, com cerca de 100 artistas, a que deverão assistir nos locais ou pela telvisão e rádio ou pela Internet uns estimados 5,5 mil milhões de pessoas. O objectivo? Geldof resume: «Fazer com que esses oito homens, se reúnam numa sala para impedir que 30 mil crianças morram todos os dias vítimas da pobreza extrema».
O Live 8 insere-se na campanha Make Poverty History (Faz com que a pobreza passe à história), que inclui ainda um desfile para o qual se espera a presença de cerca de 200 mil pessoas, também no dia 2 de Julho, e que deverá contar também com o apoio de centenas de Organizações Não-Governamentais.