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Há muito tempo o velho dilema vem se repetindo
Na realidade dramática desta nação:
É o dilema dos pobres brasileiros
Que são vítimas da exclusão.
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São milhões de empobrecidos
Jogados no berço da marginalização;
Milhares de excluídos
Marcados pelas chagas da exploração.
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São milhões de idosos, jovens e crianças
Crucificados sem distinção
Sobrevivendo na miséria
E implorando por solução.
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São milhões pedindo esmolas...
Mulheres na prostituição;
Crianças abandonadas nas ruas
E inúmeros jovens sem alfabetização.
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São milhões passando fome
E tantos mil sem habitação
Gente catando comida no lixo
E muitos desesperados na solidão...
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Este é o Brasil de tantos mil:
O país da exclusão!
Que não partilha sua riqueza
Com a maioria da população.
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Por isso o pobre ficando mais pobre,
Sujeitando-se à escravidão;
Enquanto o rico, cada vez mais rico
Às custas da dominação!
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Óh! Terra de tantos mil,
Como dói ver o povo nesta situação.
Óh! Pátria amada e idolatrada, salve...
Salve os teus filhos desta exclusão.
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Quantas riquezas têm em teu solo
E como é bela tua Constituição.
Onde está o penhor desta igualdade?
Eis aí, então, o Brasil da contradição.
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Porém, o que falta é uma política
Que promova a vida sem discriminação,
Favorecendo os mais necessitados
Com muita partilha e sem concentração.
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E, também, não falte justiça,
Moradia e habitação
Tampouco dignidade humana,
Empregos e educação...
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Assim, o Brasil vai mudar
E melhorar de situação
Ajudando aos tantos mil
Se libertarem da exclusão!
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Caso contrário,
O velho dilema crescerá sem direcção
E o pobre excluído se organizará
Em busca de uma nova solução.
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Levantando a bandeira da luta
Contra essa política de dominação,
Surpreendendo os dominadores
Com uma nova revolução.
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A revolução dos sem-terra,
Dos encarcerados e dos sem-educação...
Que ensinarão ao Brasil
Como se faz a velha lição.
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E quando os opressores menos esperarem
Eis que já estará feita a revolução:
Fruto da luta organizada pelos tantos mil filhos,
Os filhos da exclusão!
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Daniel Macedo